domingo, 23 de março de 2014

Pegadas do brincar


Nos últimos anos, o grupo Muriquinhos tem realizado vários cursos para educadores. Isso porque, com o tempo, percebemos que quem precisava aprender a brincar eram os adultos.
Nas crianças era bem mais fácil cutucar o brincar. Era só fazer uma brisa brincante e as crianças já estavam brincando.
Com os adultos o vento tinha que ser mais forte. Muitas vezes era necessário um vendaval para conseguir mudar o olhar, postura e o viver dos adultos.
Para aprender a brincar é preciso se entregar a ele. Não basta olhá-lo de longe e formular teorias. Também não vale brincar de mentira.
"As crianças não brincam de brincar. Brincam de verdade." Mário Quintana
E foi com essas inquietações que o grupo começou a se dedicar aos cursos para educadores. Em muitos desses cursos, acabamos encontrando novos murqiuinhos e trocando muitos saberes.
Brinquedos do Pato
Foi o que aconteceu no último curso, o Pegadas do Brincar. Um curso em duas oficinas para os educadores do Fábrica de Cultura do Jardim São Luiz.
Em uma das propostas, os grupos de participantes foram desafiados a criar um espaço de brincar com os materiais e condições disponíveis. A proposta ampla gerou soluções diversificadas: uma cabana, um teatro de sombras, uma maquete, um campo de capubol (capoeira com futebol), uma garagem com brincadeiras de rua e um labirinto.






Em outra parte do curso, houve construção e exposição de piões, exposição de outros brinquedos e construção livre.


Teve gente que emprestou brinquedos para a exposição.

Dominó de figuras musicais da Paula

Pebolim levado pelo Azeite
Teve gente que conseguiu encontrar outras soluções e aperfeiçoamentos para os brinquedos.









E todos nós brincamos muito.




quarta-feira, 19 de março de 2014

Bolas orgulhosamente artesanais

Acho que um dos maiores orgulhos que os muriquinhos têm é de conviver com gente que já era muriquinho bem antes da gente nascer e de ter convivido com eles até quando a gente nem sabia que era muriquinho...
Não vou escrever muito, porque a Camila já arranjou um jeito bem melhor de expressar o nosso orgulho:

quinta-feira, 6 de março de 2014

Tesouro de criança

Esse ano ninguém segura a família Sousa. Já não bastasse a Rosana finalmente ter começado a escrever para o blog, o marido e pai da família Sousa, João, também entrou na brincadeira com um texto encantador. Agora fiquei com uma dúvida: será que os filhos Sousa também escrevem bem? Se for sobre brincadeiras e muricagens tenho certeza que sim!!!!!



"Tesouro de criança
Minha função na empresa em que trabalho é acompanhar o controle de qualidade de diversos tipos de equipamentos nos fabricantes. Em uma das visitas, ao colocar o carro no estacionamento de determinada empresa, reparei que junto ao piso de brita existiam várias bolinhas de gude espalhadas pelo chão. Um verdadeiro tesouro... Na minha infância, quando se conseguia meia dúzia de bolinhas era uma verdadeira conquista! Eu fiquei imaginando se o ocorrido fosse há alguns anos atrás, seria um achado sem igual!

Segui para as dependências da empresa a fim de desenvolver meu trabalho, mas aquelas bolinhas espalhadas estavam instigando minha curiosidade. Perguntei para alguns funcionários qual era a finalidade daquele “brinquedo” espalhado no estacionamento.  De onde vieram? A resposta que eu tive foi: “QUE BOLINHAS?”.
Da forma como elas estavam, socadas à brita, dava para se perceber que já estavam por lá há algum tempo e eu não compreendia como ninguém reparava nesse verdadeiro tesouro, aflorando sob os pés de todos.

















Terminei meu expediente e antes de entrar no carro peguei algumas bolinhas. No outro dia voltei e continuei a perguntar a mais pessoas que guardavam seus carros no mesmo estacionamento e que também não haviam reparado esse fato. Discutimos muito sobre o verdadeiro valor de tal brinquedo em nossas infâncias e qual deveria ter sido sua utilização na empresa. Talvez para limpeza de algum sistema?  Por que jogar fora como se fosse lixo, sem reaproveitar ou usar como um brinquedo?
















Terminei meu segundo e último dia de trabalho na empresa e antes de sair peguei mais algumas bolinhas sem exagerar, pois espero que outros também possam se banquetear com esse brinquedo que encheu de lembranças e de momentos alegres muitos corações de várias gerações. Quando olhei para o chão novamente, percebi que apesar daquele tesouro estar brotando na terra, para muitas pessoas ele estava enterrado no fundo de suas lembranças!"
JOÃO LUIS VIEIRA DE SOUSA