sexta-feira, 28 de junho de 2013

Texto apropriado, reflexão compartilhada

Bom, em geral, gosto de escrever os textos aqui do blog. E nós do grupo estamos devendo atualizações há um bom tempo... o que nos daria a obrigação de preparar uma postagem bem autoral. Mas este texto que coloco a seguir vale muito a pena ser compartilhado. Ele não fala do brincar, mas diz muito sobre o que nos leva a ser muriquinhos...
O link do texto original é http://ccemx.org/archivovivo/archives/artwork/redelabs/apropriacao-critica-industrializacao-e-distanciamento


Apropriação crítica, industrialização e distanciamento.
Felipe Fonseca 2011 - Centro Cultural da Espanha - SP
"As últimas centenas de anos presenciaram profundas mudanças na maneira como produzimos coisas. Até meados do século XIX, os bens eram manufaturados por artesãos. Roupas, móveis, utensílios domésticos, objetos decorativos, medicamentos, armas, ferramentas, instrumentos científicos – praticamente tudo era feito à mão, e quase sempre vendido localmente. Sucessivas inovações na fabricação de objetos, transformações nas formas como as sociedades se organizavam, a criação de novos meios de transporte e o acesso a imensas fontes de matérias-primas e outros recursos naturais nas colônias alavancaram a chamada revolução industrial, a partir da Europa e em direção ao resto do mundo.
Através da mecanização e da produção em série, a produtividade aumentou exponencialmente. Bens que anteriormente só estavam disponíveis às elites puderam ser oferecidos a todos, passando a ser considerados necessidades básicas. A qualidade de vida de uma considerável parcela da população aumentou, em um ritmo sem precedentes.
Isso tudo potencializou outras transformações. Ganhou espaço crescente a democracia representativa (“o pior sistema político, com exceção de todos os outros que foram tentados”, segundo Churchill). Formaram-se as cidades contemporâneas, ambiente propício para a atividade industrial: uma maior concentração urbana oferece mão de obra a custo baixo e mercados dinâmicos para escoar a produção. A sociedade tornou-se mais complexa, suas relações mediadas por grandes organizações e instituições. Uma entre as muitas consequências dessas mudanças foi o gradual distanciamento entre produtores e consumidores. E é importante analisar essa divisão.
Antes da produção industrial, a fabricação era um processo manual e consciente. O artesão dominava praticamente todas as etapas do tratamento e transformação de matérias-primas em produtos. O conhecimento sobre o processo fabril tinha muito valor, e era transmitido de geração em geração. Existia a possibilidade do contato pessoal entre quem fabricava alguma coisa e aqueles que a utilizavam. Por mais que o artesão pudesse contestar interferências em seu trabalho e negar-se a atender a pedidos, algum diálogo era sempre possível. Por outro lado, ele também precisava saber usar aquilo que fabricava. Ou seja, deveria ser ele mesmo o mais exigente de seus usuários. Com o passar dos anos, o artesão aplicado tornava-se mestre em seu ofício, formando novas gerações e incrementando o domínio técnico daquela área do conhecimento como um todo.
O desenvolvimento da produção industrial teve fortes implicações nesse contexto, à medida em que afastou a produção do consumo, ao ponto da desconexão total. Criaram-se mundos totalmente separados. De um lado ficaram os operários na indústria, os braços responsáveis pela fabricação dos produtos. São até hoje pessoas que em sua maioria conhecem apenas uma ínfima parte do processo de fabricação. Muitas vezes elas não utilizam os produtos que fabricam, e frequentemente nem saberiam como fazê-lo. Repetidamente juntam uma peça com a outra, apertam parafusos, empilham, verificam o resultado e tornam a repetir o processo, como o personagem de Chaplin em “Tempos Modernos”. Por não terem uma visão geral do processo, essas pessoas necessitam de chefes que as orientem, disciplinem e controlem. Já esses chefes tornam-se por sua vez mais uma classe à parte, os gerentes. Responsáveis pela domesticação da força de trabalho, são em geral conservadores, bajuladores da elite e avessos a mudanças.
Já na outra ponta da industrialização – o “mercado consumidor” – cada indivíduo passou a ser visto muito mais como um comprador em potencial do que como sujeito social. Em vez do contato pessoal com os produtores, resignou-se à impessoalidade do marketing e dos setores de atendimento ao consumidor das grandes empresas. Não sabe mais quem foram as pessoas que produziram aquilo que compra, e é levado a nem se interessar por isso.
Nesse cenário, alguma coisa humana se perdeu. É tristemente real a anedota da criança que, perguntada sobre de onde vem o leite, responde que vem “da caixinha”. Mais triste ainda é perceber quão mais inconscientes ainda somos quando adultos. Essa ignorância se estende para praticamente todos os produtos industrializados. É raro o momento em que paramos para pensar como, onde e por quem são feitas as coisas que nos cercam, de onde vieram as matérias-primas que deram origem a essas coisas, ou mesmo se determinado produto funcionaria melhor se fosse feito de outra forma. Existe a ilusão de que tudo é feito por máquinas, de que o elemento humano não existe mais. E isso está longe de ser verdade: todo produto tem em sua origem recursos naturais. Todo produto requer um esforço criativo inicial seguido por sucessivas fases de trabalho manual, frequentemente realizado sob condições precárias. Não percebemos, mas estamos sempre usando ou carregando objetos – roupas, aparelhos, móveis, tudo – que embutem pedaços do planeta, idéias e suor.
Obsolescência programada
O andar da história amplificou ainda mais a tendência industrial ao distanciamento e à frieza na relação entre fabricação e uso. A era dos mercados de massa, impulsionada por novos meios de transporte e comunicação, alcançaria níveis sem precedentes de afastamento e distorção. Como retratado no recente documentário produzido pela TV espanhola “Comprar, tirar, comprar” (“Comprar, jogar fora, comprar”), em meados do século XX representantes de grandes corporações industriais se reuniram secretamente para estabelecer que seus produtos deveriam durar menos tempo. Ou seja, frente à necessidade visceral das corporações continuarem crescendo ano após ano, seus dirigentes simplesmente decidiram a portas fechadas que os consumidores teriam acesso a produtos menos duráveis, que precisariam ser substituídos em prazos menores! O documentário dá um exemplo emblemático: uma estação de bombeiros norte-americana onde se encontra uma lâmpada incandescente, que recentemente completou cem anos de idade, e ainda está em funcionamento. Nos dias de hoje, as lâmpadas são deliberadamente fabricadas para durar um número limitado de horas de uso. Ou seja, nenhuma lâmpada fabricada hoje vai durar cem anos. E isso não é coincidência: é “planejamento estratégico”, no jargão corporativo.
O mesmo acontece com impressoras, meias-calças, automóveis, eletrodomésticos e muitos outros produtos. Essa é uma tendência intencional, chamada de obsolescência programada. Segundo essa perspectiva, qualquer produto só vale alguma coisa para o fabricante até o instante em que é vendido. A partir do momento que está em posse do consumidor, quanto antes for descartado melhor. Em outras palavras, qualquer produto vendido já é considerado lixo. Essa visão se perpetua nos dois lados do processo produtivo: tanto através dos gerentes que se sobrepõem à mão de obra industrial, condicionando seu trabalho à continuada necessidade de aumentar o faturamento e a lucratividade, produzindo coisas que duram menos tempo; quanto nos departamentos de marketing, que se esforçam em condicionar o comportamento dos consumidores para que continuem comprando produtos novos, mesmo que não precisem deles. Existem setores da administração de empresas especializados em simular relacionamentos prolongados com seus clientes, que são vistos não mais como compradores de produtos (e menos ainda como pessoas), mas sim fontes de faturamento para toda a vida.
É importante perceber o peso desses mediadores. Um engenheiro competente e bem intencionado que queira desenhar um produto mais durável ou que permita o reuso será provavelmente demovido por seus colegas e chefia. Se insistir, a empresa pode até considerá-lo uma espécie de traidor, por conta de uma alegada necessidade de competir pelo desenvolvimento de produtos que durem menos e proporcionem maior lucro, a fim de “não perder espaço para a concorrência”.
E o mais assustador é que nesses ambientes isso é tratado quase como uma verdade universal. As escolas de negócios fazem uma lavagem cerebral, repetindo frases feitas com o objetivo de desumanizar ainda mais a produção e comercialização de bens e serviços. Outro elemento importante a perceber: as empresas em geral se utilizam de linguagem bélica para descrever suas atividades: “público-alvo”, “derrotar os oponentes”, “conquistar”, “dominar”. Não é por acaso. Guerra e comércio estão conectados há muito tempo. A produção industrial, e com ela o poder corporativo, está ligada profundamente à manutenção das estruturas de poder na sociedade. O premiado documentário britânico “Máquinas de Felicidade”(The Century of the Self) mostra como técnicas oriundas da psicologia foram utilizadas desde o começo do século XX para forjar uma sociedade individualista e politicamente frágil, lançando mão do hábito do consumo como indulgência acessível a todos. Isso vai muito além da produção e do comércio, infantiliza a população, e tem reflexos profundos na relação das pessoas com as tecnologias que adquirem.
A quem pertencem os objetos?
Quando pagamos por um produto, acreditamos poder fazer o que quisermos com ele. Isso deveria incluir todos os usos previstos pelo fabricante, além de todos os outros usos que quiséssemos propor. Nas condições atuais, pode não ser bem assim. Particularmente em relação a eletrônicos, existe uma série de restrições legais sobre como podemos utilizá-los. São cada vez mais frequentes os casos de fabricantes que penalizam os usuários que promovem o desvio de funções de seus aparelhos. Um exemplo: a Sony ameaçou judicialmente entusiastas por desenvolverem software que habilitava o robô Aibo a dançar.
Em outras palavras: a empresa proibiu usuários – que, diga-se de passagem, pagaram caro pelos equipamentos que compraram – de fazerem usos que ela própria não consegue oferecer. Por mera compulsão de controle, ela interfere em um aspecto fundamental para a promoção da inovação e seu potencial de transformação social: a chamada indeterminação do objeto técnico, ideia bem desenvolvida pelo francês Gilbert de Simondon (cujos textos vêm sendo traduzidos ao português e disponibilizados na internet por Thiago Novaes .
Esse vício de controle não se limita ao software. Existem também crescentes restrições ao armazenamento e circulação de conteúdo. Por exemplo, se você comprar um CD de música e fizer uma cópia de segurança para manter as músicas caso o CD se extravie ou seja furtado, estará incorrendo em crime. Mesmo que não tenha a intenção de distribuir para outras pessoas, a indústria fonográfica impõe uma legislação que trata a todos como criminosos. A Fundação do Software Livre mantém uma campanha chamada “Deliberadamente defeituosos”, através da qual critica os aparelhos eletrônicos que adotam sistemas de gerenciamento de direitos autorais. Afirma que esses equipamentos já são projetados de maneira a retirar liberdades de seus usuários, o que tem consequências negativas para o conhecimento humano em geral.
O autor de literatura ciberpunk William Gibson diz que “a rua encontra seus próprios usos para as coisas”. Isso é uma característica de todo e qualquer objeto, ainda mais presente em se tratando de ferramentas com múltiplos usos potenciais como computadores, roteadores, telefones, tablets e afins. Com um pouco de habilidade técnica, uma boa pesquisa na internet e muita vontade, um monitor LCD pode virar um projetor, uma impressora matricial se transformar em instrumento de música, uma webcam servir de base para um microscópio digital, um celular ser usado como leitor de código de barras. Nesse sentido, restrições à liberdade de uso tendem a frear o impulso criativo. Grupos de pessoas motivadas e com liberdade de experimentar são uma das bases da inovação. Se não fossem os amadores promovendo o desvio de função dos kits de eletrônica nos anos setenta, talvez o computador pessoal nunca tivesse sido inventado. Precisamos garantir que essa liberdade continue existindo.
Apropriação crítica e bricotecnologia
Ao longo do tempo e dos diversos projetos desenvolvidos pela rede MetaReciclagem, trabalhamos sempre entre dois extremos: de um lado a adoção rápida de novas tecnologias e das novas possibilidades que elas trazem, do outro a crítica ao consumismo superficial. A busca do equilíbrio parece estar no que costumamos chamar de apropriação crítica das tecnologias. Ela toma forma na aproximação entre produção e uso de conhecimento aplicado que tem emergido internacionalmente. O software livre é um exemplo, estimulando ciclos econômicos que em vez de operarem em função da escassez optam pela abundância e pela generosidade. A chamada cena maker é um exemplo ainda mais concreto: pessoas no mundo inteiro fazendo uso de conhecimento compartilhado em rede para criar objetos e dispositivos interconectados. Disso saem ideias para aparelhos que realizam praticamente qualquer coisa: estações de monitoramento ambiental, objetos fabricados em impressoras 3D, protótipos de aparelhos focados nas necessidades de pequenos grupos de pessoas. Eu tenho chamado isso de bricotecnologia – a revalorização do saber-fazer, aplicado às tecnologias de informação e operando em rede.
A apropriação crítica passa pela valorização da inovação cotidiana, representada pela prática popular da gambiarra. Símbolo do impulso criativo orientado à solução de problemas concretos mesmo sem acesso ao conhecimento, ferramentas ou materiais adequados, a gambiarra torna-se ainda mais importante em uma época de crise econômica global, iminente colapso ambiental e consumismo exacerbado. Baseia-se na manipulação (entendida como o ato pegar com as mãos e interferir nos objetos) e na experimentação (sequência de tentativas, erros e novas tentativas). Dá origem a uma criatividade desobediente, que não se assusta com a precariedade e sempre vê o mundo como lotado de potencialidades – uma verdadeira lição que as culturas populares brasileiras têm a dar em tempos de crise econômica, colapso ambiental e disparidade social.
Quando em contato com as inúmeras possibilidades das tecnologias de comunicação em rede, em especial aquelas ligadas ao software livre, temos um potencial de transformação gigantesco. Indivíduos que tenham a gambiarra como habilidade essencial, e se utilizem do conhecimento aberto disponível em rede para adquirir ideias e técnicas, podem ser vistos como inventores em potencial de novos arranjos criativos, espalhados por todas as classes sociais e localidades.
A apropriação crítica supõe o amadorismo – que vem do latim amare, referindo-se às pessoas que se dedicam a um ofício mais por paixão do que por necessidade objetiva. Ao contrário do que muitas vezes se pensa, os amadores estão em geral mais abertos à inovação. Justamente por não terem o domínio completo da técnica estabelecida e por não ocuparem posição nas hierarquias profissionais, têm mais espaço para o desvio e a transformação. Têm a possibilidade de questionar certezas e imposições, e com isso descobrir melhores maneiras de fazer as coisas.
Outro traço característico das culturas populares que faz muito sentido para a apropriação crítica de tecnologias de comunicação é o mutirão – agrupamento dinâmico que se forma para cumprir tarefas coletivas e em seguida se desfaz. O mutirão possibilita a efetiva cooperação entre pessoas e grupos, aumentando sua capacidade individual e promovendo uma sociabilidade livre e produtiva. As redes sociais online dialogam muito bem com a lógica do mutirão, promovendo laços de contato entre pessoas que não têm um convívio cotidiano. É natural que a abertura a novos contatos estimule a criatividade, de modo que estimular iniciativas dinâmicas em rede é mais uma forma de potencializá-la.
A bricotecnologia e a apropriação crítica sugerem a reconciliação entre manufatura e necessidades cotidianas, libertando a fabricação da exigência de escala. Gabriel Menotti propôs, no artigo “Gambiarra: The Prototyping Perspective (artigo cuja tradução para português deve sair na compilação sobre “Gambiologia” do MutGamb, uma edição que ironicamente está há dois anos aguardando finalização), a análise do contraste entre a gambiarra e o protótipo. Se esta indica uma fase prévia à fabricação propriamente dita, aquela dissolve a fronteira entre esses dois estados e se coloca como solução intermediária: servindo ao uso ao mesmo tempo em que se mantém aberta para reinvenção. Uma vez que as ferramentas e materiais necessários para fabricar objetos estão se tornando cada vez mais acessíveis, é importante desenvolver as habilidades técnicas e a criatividade que podem fazer uso desses recursos, e assegurar que apontem a ciclos de inovação baseados em conhecimento livre. A apropriação crítica, a bricolagem, a gambiarra e o mutirão são elementos fundamentais dessa equação."

domingo, 27 de janeiro de 2013

E VIVA 2013!


Este post chegou para desejar a todos um ano de muita LUZ, SAÚDE E BRINCADEIRAS!

2013 será um ano de muitas ações para o Muriquinhos! Pretendemos ampliar a nossa atuação não só nas oficinas com crianças, mas na formação de professores, que em 2012 nos fortaleceu e nos deixou muito satisfeitas com os resultados!

Lá vai um pouquinho de JOSÉ SARAMAGO


Uma calma luz...

“... cada um de nós vê o mundo com os

olhos que tem, e os olhos vêem o que

querem, os olhos fazem a diversidade do

mundo e fabricam as maravilhas, ainda

que sejam (elas, as maravilhas) de pedra,

e altas proas, ainda que sejam de ilusão.”



quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O velho e bom UMA COISA PUXA A OUTRA #Hurra

O primeiro projeto do Muriquinhos, quando a gente nem tinha esse nome ainda... aliás, quando a gente nem era um grupo ainda, ganhou o nome de UMA COISA PUXA A OUTRA. Mais do que um projeto em si, acho que esse é um dos princípios do grupo: o de ir de pouquinho em pouquinho, mas sempre num movimento de transformação. Uma transformação que pode ser de materiais, de pessoas, de atitudes e de olhares. Mas também é o que adotamos como metodologia de divulgação: a de boca em boca.
Foi assim que a Camila encontrou o pessoal da ONG Banco de Alimentos quando estava (acreditem) no salão de beleza. Foi assim que esses novos parceiros nos indicaram para o pessoal da Hurra
A Hurra implementou equipes de rugby em 24 CEUs de São Paulo, unindo esporte e educação. Seu interesse no Muriquinhos nasceu da vontade de promover um momento de brincar num evento de fechamento do semestre. Foi um encontro feliz entre esses dois grupos que insistem na transformação humana.
O evento aconteceu no dia 24 de novembro e reuniu cerca de 400 alunos de rugby, voluntários e muriquinhos numa manhã recheada de brincadeira.
Eu não pude estar presente, mas os muriquinhos que foram deram um show. O Oscar no espaço de brincar. A Rosana, a Rita e a Cecília na construção de brinquedos (peteleco, bolinha, copinho voador, pião de revista e corrupio). E a Andrea e a Edna no mosaico de tampinhas.
Quando encontrei com eles após o trabalho, a cara deles era de criança exausta de tanto brincar...
Fiquei até com inveja depois de ouvir os relatos. Chegaram a dizer que foi um dos melhores momentos do muriquinhos.



Na próxima eu vou de qualquer jeito...

Novembro

Nossos diabolôs coloridos
Quem acompanha o blog deve estar achando que os muriquinhos estão brincando de esconde-esconde virtual... "Como assim nenhuma postagem no mês de novembro todo?????"
Bom, nossa desculpa é a de sempre: estávamos brincando...
Foi tanta correria que apesar de ter muito material para colocar aqui, não sobrou nenhum tempinho para colar o texto e postar as fotos. Mas agora em dezembro, vamos colocar tudo em dia.
E tem muita coisa mesmo:
- acompanhamento em mais escolas do projeto da Jequiti;
- evento com o pessoal do rugby da Hurra;
- publicação de passo a passo na revista Na Mochila;
- brinquedos novos;
E ainda tem um chorinho de outubro:
- oficinas no Fábrica de Cultura.
E já está acontecendo mais brincadeira em dezembro...
Acompanhem.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Os brotos já estão crescendo... #Jequiti nas Escolas



Mais uma vez o Muriquinhos esteve na escola Lotufo, uma das escolas participantes do projeto Plantando Brincadeiras, colhendo consciência, parceria com a Jequiti e a Cooperativa Crescer. Agora foi na semana das crianças, acompanhando as oficinas de brinquedos com materiais resgatados. 

A brincadeira começou muito antes. Após escolherem os brinquedos que seriam feitos nas oficinas, foi feita uma arrecadação de materiais específicos com a colaboração de todos os professores, alunos e funcionários juntamente com a doação feita pelo Jair e pela Jequiti, de embalagens e tampinhas.  Esses materiais foram organizados em um “sucatário” num espaço disponibilizado pela escola. Alguns grupos utilizaram esse local como sala de aula, com preparação de seus kits de bonecos.


Depois de tanta preparação... Mãos a obra. No dia da oficina as crianças fizeram seus brinquedos com características de cada grupo. 



Tinham brinquedos iguais feitos de maneiras diferentes. Exemplo: puxa-puxa pintado com tinta ou lápis. Jogo da velha de palito de sorvete ou apenas desenhado. Bonecos com tampinhas de plástico ou metal. 


Essa diversidade foi a riqueza do trabalho, escolher, buscar, criar, fazer... além de conseguirem construir um  brinquedo pra si, fizeram mais dois diferentes que doaram para crianças de algumas casas abrigos.

Para finalizar fizemos uma brincadeira popular da cultura infantil. Depois de algumas contações de história por um fio, as crianças fizeram algumas tramas com barbante e mostram algumas possibilidades de brincar.
Parabéns para as professoras multiplicadoras desse trabalho: Elisangela, Katia, Sandra e Nubia . É um caminho grande a ser percorrido, mas vale muito a pena. O planeta agradece. 
Postagem escrita pela Rosana.

Ah 1! Esse acompanhamento teve participação da Rosana e do muriquinho mirim Thomás...

Ah 2! E ainda deu tempo de jogar futebol de botão com botões e gol improvisados... Essa ideia do gol feito de pote de sorvete eu já coloquei nos meus arquivos...
Observação: os "Ahs"são um acréscimo meu...

sábado, 20 de outubro de 2012

Fomos parar lá em Parelheiros

2012 tem sido o ano dos cursos para professores. Começamos com o pessoal lá da Caixa Cultural. A Camila viajou para falar com professores no simpósio da OMEP. Realizamos um super curso em parceria com a Jequiti e a Cooperativa Crescer. Chegamos até o curso na PUC. E em todos esses cursos tivemos nossa energia renovada e esperança ativada por participantes muito envolvidos e interessados.
E foi assim com a turma do Centro Comunitário do Jardim Autódromo. Pessoas disponíveis para uma boa troca de ideias, em uma manhã de primavera, em um lugar com muito ar puro. Pessoas com muita vontade de brincar.
Eu quase me perdi (bom, na verdade, eu me perdi por cerca de meia hora...) para chegar lá em Parelheiros. Mas a voltinha a mais que dei foi muito compensada pela companhia que tive nas horas seguintes.
Brincamos de "olhar do avesso" e construímos brinquedos (bonecos, corrupios, dadinhos, tubofante, petelecos...)
Fui embora com vontade de ficar mais tempo...










terça-feira, 16 de outubro de 2012

Muriquinhos na PUC


“Como brincar associa pensamento e ação, é comunicação e expressão, transforma e se transforma continuamente, é um meio de aprender a viver e de proclamar a vida. Um direito que deve ser assegurado a todos os cidadãos, ao longo da vida, enquanto restar, dentro do Homem, a criança que ele foi, um dia, e enquanto a vida nele pulsar. Quem vive, brinca.”
(Fortuna, 2008)

Na semana passada o Grupo Muriquinhos esteve na PUC em uma atividade complementar do curso de Graduação em Pedagogia no Ipiranga.

As reflexões foram sobre construção de brinquedos e a relação com a Educação. 

Nós construímos o corrupio e brincamos com o pião de tampinha de detergente, o “tampleide”, além de experimentarmos os outros brinquedos que foram expostos.

Agradeço a ajuda de uma querida menina, a Estela, filha de uma aluna do curso de Graduação em Pedagogia que me ajudou na hora da construção e do brincar. No final da aula, ela me falou com carinho que quer sempre acompanhar a sua mãe na faculdade, pois adorou!
Se o brincar anda esquecido num canto da memória, antes de utilizá-lo como ferramenta educacional é preciso resgatá-lo dentro de nós, educadores.

O educador que quer brincar precisa acionar a sua memória e lembrar-se dos momentos vividos durante a sua infância, do cheiro, do sabor, da escuta preciosa de situações que muitas vezes estão adormecidas, mas que são elementos imprescindíveis para iniciar a entrega ao Universo do Brincar.

*Se alguma aluna que fotografou a aula quiser nos enviar, poderemos ilustrar este post. Obrigada!

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Casinha ou Cassinha?

Andam dizendo que o Muriquinhos ganhou uma casinha no Parque do Jaraguá. A Rosana foi chegando e logo pensando em tomar conta da casinha que segundo ela é a cara do muricos pois quem morava lá antes já tinha espírito de operação resgate de materiais: os banquinhos são feitos de pneu e corda trançada e as latas de lixo também são ecológicas.

Bom, mas para quem não sabe, até o muriquinhos tem chefe (ou pelo menos e gente gosta de brincar que tem...). Nossa chefe é a Cássia Roza. Quando a bagunça tá muito grande, lá vem a Cássia para colocar ordem na brincadeira... ordem e um toque de rosa...

Foi por isso, que o Jair, nosso grande parceiro da Cooperativa Crescer, disse que a casinha vai mudar de nome...vai passar a se chamar "cassinha". Hum... será que vamos ter que pintar a casinha de rosa?

Deixando a brincadeira da casinha/cassinha de lado, vamos a atualização das nossas andanças. O muriquinhos tem colocado o pé em muitos lugares diferentes nestes últimos meses, e estamos adorando todo o movimento. Pena que nem todos os muricos estejam participando. Mas o ano que vem promete. Este ano só estamos plantando pequenas sementes...


No dia das crianças, a Rosana, a Cássia, o João, a Laís, o João Pedro e o Thomas (será que esqueci alguém?), ou seja, a família toda (porque brincadeira também é coisa de família...) esteve no Parque Estadual do Jaraguá, para participar de um evento em comemoração ao dia das crianças. 

Lá na tal casinha, que vamos adotar, foram feitos copinhos voadores e corrupios com quase cem crianças. Teve também uma pequena exposição de brinquedos e distribuição de piões de tampinha de detergente. Mesmo com o dia chuvoso, apareceu muita gente para contemplar o movimento dos copinhos voadores e para testar a habilidade no girar do corrupio.

Nossa casinha já está começando a ser habitada por brincantes...


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Os primeiros brotos #Jequiti nas Escolas


A Rosana fez os primeiros acompanhamentos nas escolas atendidas pelo curso da Jequiti. Vejam as boas novas que ela nos conta:
"O curso dos muriquinhos na Jequiti “Plantando brincadeira, colhendo consciência” em parceria com a Cooperativa crescer  para professoras da rede pública, gerou muita reflexão, tanto que algumas ações já estão acontecendo nas escolas.
Na escola Lotufo já foi possível colher alguns frutos, através da formação e sensibilização de professores nos encontros teóricos e práticos que as professoras Elisangela, Katia, Sandra e Nubia organizaram. Eu estive em uma das oficinas e com muita alegria presenciei o movimento das professoras para a construção de um sucatário.  Aproveitamos esse momento para uma contação de histórias com barbante e brincar com algumas tramas."
Lá na Lotufo, o sucatário já está ganhando corpo e as professoras organizadoras estão caprichando até na organização de kits para a construção de brinquedos.





"Já a escola Altenfelder com colaboração de funcionários da empresa Indebrás, multiplicou os conhecimentos aprendidos nos encontros do curso na Jequiti com uma ação na Mostra Cultura da escola. Foi uma oficina de brinquedos com materiais resgatados.  As crianças junto com seus pais fizeram vai-vem, currupio, pião entre outros brinquedos.

O resgate dessas brincadeiras validou para muitos pais a importância de apresentar para nossas crianças uma infância preciosa, porém esquecido num canto de nossa memória. É preciso muito pouco para brincar, no entanto é preciso nos disponibilizar."








Plantando brincadeira, colhendo consciência #Jequiti nas Escolas

Há algumas postagens atrás, comentamos sobre o curso de professores que desenvolvemos em parceria com a Jequiti Cosméticos e a Cooperativa Crescer, em agosto de 2012. Comentamos, mas não explicamos direito o que foi. Aliás, o que foi não... o que está sendo. O curso mesmo aconteceu nos dias 18 e 25 de agosto, mas o projeto continua sendo multiplicado nas sete escolas participantes.
O curso de 12 horas abraçou desde questões sobre estratégias de coleta de materiais, até reflexões sobre o brincar e suas possíveis parcerias com a educação, passando por propostas de montagem e manutenção de sucatários.
Uma apostila cuidadosa e carinhosamente organizada por nós complementou o curso que envolveu dinâmicas, construções, vídeos (produzimos nosso primeiro vídeo: "Operação Resgate", com participação da talentosíssima muriquinha Cássia como agente 007 especial) e debates.
Em setembro, a Jequiti publicou uma matéria sobre o curso no seu jornal interno:

Nas próximas postagens, a gente conta como nossa plantação de brincadeira anda crescendo.